Resenha e Paper - Como fazer

Muitos alunos e professores têm dúvidas em como fazer uma Resenha e um Paper


Resenha crítica – como elaborar
Prof. Sergio Enrique Faria
1- Resenha crítica
Resenhar significa fazer uma relação das propriedades de um objeto (um livro, um artigo, um filme, uma peça de teatro, um jogo etc.), enumerando cuidadosamente seus aspectos relevantes e descrevendo as circunstâncias que o envolvem.
A resenha crítica, como o próprio nome indica, vem acompanhada de uma avaliação crítica apontando os aspectos positivos e negativos, apoiados em argumentos sólidos. Trata-se, portanto, de um texto de informação e de opinião.
A resenha não é, pois, um resumo. Este é apenas um elemento da estrutura da resenha. Além disso, acrescente-se: se, por um lado, o resumo não admite o juízo valorativo, o comentário, a crítica; a resenha, por outro, exige tais elementos.
2. Objetivo da resenha
O objetivo da resenha é divulgar objetos de consumo cultural – livros, artigos, filmes, peças de teatro etc. Por isso, a resenha é um texto de caráter efêmero, pois "envelhece" rapidamente, muito mais que outros textos de natureza opinativa.
Uma resenha crítica bem feita pode converter-se num pequeno artigo científico, podendo ser publicada por jornais e revistas.

3. Extensão da resenha
A extensão do texto-resenha depende do espaço que o veículo reserva para esse tipo de texto. Observe-se que, em geral, não se trata de um texto longo, "um resumão" como normalmente feito nos cursos superiores. Para melhor compreender este item, basta ler resenhas veiculadas por boas revistas (ver exemplo no final deste documento).

4. O que deve constar numa resenha
a) Título da resenha;
b) Referências sobre o resenhista;
c) A referência bibliográfica da obra resenhada;
d) Algumas referências do autor da obra resenhada (quando disponível);
e) O resumo, ou síntese do conteúdo;
f) A avaliação crítica.

a) O título da resenha
O texto-resenha, como todo texto, tem um título criado pelo autor da resenha. Este título pode ou não ser o mesmo da obra resenhada.

Título da resenha: Negociação

Livro: Negociação baseada em estratégia (José Carlos Martins de Mello)
São Paulo, Atlas, 2003.

Título da resenha: Com os olhos abertos

Artigo: Ensaio sobre a Cegueira (José Saramago)
Veja, 25 de outubro, 1995.

b) Referências sobre o resenhista
Após o título da resenha, o resenhista deve colocar suas referências, conforme os dois exemplo abaixo:

Helena M. da Silva Sanches
Mestranda em Administração de Empresas pela USP – Universidade de São Paulo e professora da Faculdade Brasiliense de São Paulo

                     Mauro Sergio Cruz e Ângelo Moreno
                     Graduandos em administração de marketing da FAENAC – Faculdade Editora Nacional.

                                   c) A referência bibliográfica do objeto resenhado
                                   Constam da referência bibliográfica:
  •                           - Título da obra
  •                           - Nome do autor
  •                           - Local, editora, data e número de páginas (quando houver).
  •                           - Preço (quando for livro, peça etc. e for possível saber)
                                 Veja os exemplos a seguir:

                     Negociação baseada em estratégia

                     De José Carlos Martins de Mello
                     São Paulo, Atlas, 2003. 137 p.
                     R$ 85,00

                     Ensaio sobre a Cegueira

                     De José Saramago
                     Veja, 25 de outubro, 1995. p.25 a 31.

d) Algumas referências do autor da obra resenhada
Caso conste no livro ou artigo, pode-se colocar uma pequena referência sobre o autor resenhado, conforme exemplo abaixo:
José Saramago é sociólogo, escritor e jornalista.

e) O resumo ou síntese do objeto resenhado
O resumo que consta numa resenha apresenta, normalmente, no primeiro parágrafo, os pontos essenciais do texto e seu plano geral, conforme exemplo abaixo:
Nos quatro grandes capítulos que integram a obra, a autora procura centrar-se numa análise orientadora para a implementação de estratégias em um processo de negociação, abordando temas como “as diferentes formas de negociar”,“negociação de forma competitiva”, e quando não se depende de estratégias.

f) Avaliação crítica
A resenha crítica não deve ser vista ou elaborada mediante um resumo a que se acrescenta, ao final, uma avaliação ou crítica. A postura crítica deve estar presente desde a primeira linha, resultando num texto em que o resumo e a voz crítica do resenhista se interpenetram.
O tom da crítica poderá ser moderado, respeitoso, agressivo etc. Não se deve escrever em 1ª pessoa, “eu acho...” sendo a 3ª pessoa do singular o modo mais adequado.

5. Exemplo de resenha

(reparem que os trechos grifados representam os comentários críticos de quem escreveu a resenha)
COMO CONSTRUIR UMA ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO ?

Por:

Cecília Olivieri

Denise Cunha
Fabiana Oliveira
Marcos Simões
Graduandos em Administração Geral da USJT – Universidade São Judas Tadeu.

CHUTANDO A ESCADA: A ESTRATÉGIA DO DESENVOLVIMENTO EM PERSPECTIVA HISTÓRICA
De: Há-Joon Chang
Mestre em administração. Professor de Estudos de casos empresariais da UNIST – Universidade de São Tomé.

Resumo do conteúdo Como promover o desenvolvimento econômico e a democracia em países pobres ou pouco desenvolvidos? Essa questão interessa não apenas a governos comprometidos com o desenvolvimento de suas nações, mas também às elites econômicas e empresariais, coadjuvantes e beneficiárias dos processos de desenvolvimento econômico e de democratização. Em seu livro, Há-Joo Chang pretende responder a essa questão e mostrar que as instituições internacionais, como o Banco Mundial e o FMI, não têm a resposta correta. A partir de uma ampla revisão histórica do processo de desenvolvimento econômico e institucional dos países hoje considerados ricos ou desenvolvidos, o autor mostra que as políticas atualmente prescritas por essas instituições aos países em desenvolvimento contrariam as lições do passado, impedindo esses países de “subirem a escada” em direção ao mundo desenvolvido.
Início da avaliação crítica As “boas políticas” –estabilidade monetária, equilíbrio fiscal, livre comércio – e as “boas instituições” – banco central autônomo, judiciário independente, eleições livres, burocracia weberiana, proteção legal da propriedade – estão equivocadas, em parte, por falta de informação, e, em parte, por má-fé dos países desenvolvidos. Para resolver a primeira falha, Chang empreende uma revisão da história econômica dos países desenvolvidos, mostrando que esses países adotaram, quando ainda eram economias em desenvolvimento, políticas que hoje condenam e que seus mais influentes intelectuais e think tanks desaconselham. O autor também mostra que muitas das instituições políticas e econômicas hoje consideradas indispensáveis para o desenvolvimento são, na verdade, conseqüência desse desenvolvimento. Essas instituições foram construídas em um processo histórico longo e politicamente conflituoso, e esse caminho árduo de construção institucional não pode ser completamente evitado pelos países em desenvolvimento através do aprendizado ou da cópia, ignorando a cultura e a tradição desses países. Sobre a segunda falha, a crítica é pouco explícita no texto, mas está clara desde o título do livro, que acusa os países ricos de “chutarem e escada”, ou seja, de tirarem do alcance dos países em desenvolvimento a fórmula de seu sucesso, por meio das pressões políticas e das prescrições econômicas impostas a estes pelas instituições internacionais.
Em uma análise não muito profunda, mas bastante ampla, que perpassa diversos países europeus, norte-americanos, asiáticos, e diversas políticas industriais, comerciais e tecnológicas, o autor mostra como os países hoje desenvolvidos adotaram, no passado, políticas econômicas que se mostraram muito eficientes. Entre elas, o financiamento público às indústrias nascentes, garantia de monopólios e políticas tarifárias protecionistas, ou seja, o oposto em relação aomainstream liberal prescrito atualmente aos países em desenvolvimento. O autor derruba mitos arraigados, como, por exemplo, a fama de liberais puros e inatos da Inglaterra e dos Estados Unidos. Naqueles países, o livre comércio só foi praticado quando suas economias apresentaram condições de concorrer em posição vantajosa no mercado internacional.
Chang mostra como os países atualmente desenvolvidos se encontravam, quando em desenvolvimento, em um nível institucional mais baixo que os países hoje em desenvolvimento. Por exemplo, em relação a uma das principais instituições democráticas, o voto, nenhum dos países hoje desenvolvidos concedeu sufrágio universal antes de alcançar uma renda per capta de US$2.000, enquanto a maioria dos países atualmente em desenvolvimento concedeu-o em nível de renda mais baixo. Chang mostra, ainda, que os países hoje desenvolvidos demoraram muitas décadas para estabelecer uma Administração Pública com um sistema de mérito, bem como para conseguir implantar e fazer cumprir institutos jurídicos hoje considerados triviais, como a responsabilidade limitada dos sócios. Na Inglaterra, hoje um exemplo do sistema de mérito na Administração Pública, podia-se encontrar, até a primeira metade do século XIX, sinecuras e ministérios que não respondiam ao Parlamento, atuando como se fossem entidades privadas. Tratando do tema hoje conhecido como governança empresarial, responsabilidade limitada foi vista, durante séculos, como um desserviço à economia, que levaria, nas palavras de Adam Smith citadas por Chang, “os administradores à vadiagem”. De acordo com essa visão, a limitação da responsabilidade dos sócios poderia estimular os administradores e sócios a assumirem riscos excessivos, uma vez que seu patrimônio pessoal estaria a salvo das conseqüências de uma eventual falência. A experiência histórica mostrou que essa interpretação estava errada, e prevaleceu a visão dos benefícios desse instituto para a expansão dos investimentos.
O autor também mostra que os países hoje desenvolvidos prescindiram de muitas dessas instituições para se tornarem ricos e que só as adotaram quando já tinham condições de suportar seus custos econômicos. Chang critica o caso da Mongólia, onde o governo norte-americano, após a derrocada do socialismo, gastou fortunas para treinar jovens mongóis como corretores da Bolsa, ao invés de gastá-las com coisas bem mais úteis ao desenvolvimento desse país. Mas o autor não nega, entretanto, que o aprendizado institucional seja desejável, como uma forma de reduzir o tempo de construção das instituições nos países em desenvolvimento, nem que, em parte, o aprimoramento das instituições possa ajudar a promover o desenvolvimento econômico.
Analiticamente, o ponto forte da obra de Chang é deixar claras a importância e a precisão do enfoque histórico e institucional. Recolocando a ênfase na historicidade, no papel da conjuntura social e dos conflitos políticos, o autor empreende uma análise estimulante sobre o desenvolvimento econômico e suas imbricadas relações com o desenvolvimento social, político e institucional.
Para leitores brasileiros, o livro se torna ainda mais instigante pela atualidade do tema. Boa parte dos debates políticos e intelectuais das últimas décadas têm girado em torno da questão do desenvolvimento econômico do país, o último deles sendo a disputa sobre a avaliação do legado varguista. A par disso, a grande influência das instituições internacionais na condução de nossas políticas internas, também tema de disputas ácidas, nos torna mais aptos a fazer a pergunta que Chang deixa implícita: a quem interessam as políticas que chutam a nossa escada?
Outra pergunta, talvez mais importante, também não é feita por Chang: como construir uma escada, ou seja, como definir quais passos ou caminhos adotar para alcançar o desenvolvimento? Como o próprio autor admite, não basta conhecer a experiência dos países que chegaram lá para ter a resposta, pois muitos dos passos adotados no passado pelos países atualmente desenvolvidos não estão mais disponíveis para os países em desenvolvimento. E a indisponibilidade não é causada apenas pelos obstáculos impostos pelas instituições internacionais, mas pelas condições históricas diversas e pela conjuntura política e institucional. A pergunta mais difícil e mais necessária é, então: conhecendo as lições do passado e conhecendo as diferenças entre aquela realidade e a atual, como construir a nossa escada?
Referência bibliográfica do livro resenhado
CHANG, Há-Jonn. Chutando a escada: a estratégia do desenvolvimento em perspectiva histórica. Revista UNIST de Administração/ Universidade de São Tomé. V.3, N.1. Jan. 2004. p. 27-35. São Paulo: Editora São Tomé, 2004. ISSN: 1678-9490.
Referências bibliográficas sobe este artigo
Guia de produção textual. Como elaborar uma resenha. Disponível em: http://www.pucrs.br/gpt/resenha.php. Acesso: 13 fev. de 2006.
OLIVIERI, Cecília. Como construir uma estratégia de desenvolvimento? ERA –eletrônica. V.4, n.2, Resenha 1, jul./dez. 2005. Disponível em: http://www.era.com.br/eletronica/index.cfm?FuseAction=Artigo&ID=3537&Secao=RESENHAS&Volume=4&Numero=2&Ano=2005
PANTALEONI, Nílvia. Introdução ao gênero resenha. Disponível em http://www.paratexto.com.br/files/0003/1Introdução_ao_Gênero_Resenha.doc. Acesso: 13 fev. 2006.
SAVIOLI, F.P. ; FIORIN, J.L. Para entender o texto. 7ªed. São Paulo. Ática. 1993.




Paper - O que é e como fazer
Prof. Sergio Enrique Faria
Resumo
Muitas pessoas ainda apresentam dúvidas sobre como fazer um paper ou artigo científico. O presente artigo se propõe a esclarecer o que é um paper e qual o seu propósito. Explica também como este deve ser elaborado, apresentado e como é avaliado.
Palavras-chave: Paper; Paper-position; como fazer; elaboração

1. O que é paper
O paper, position paper ou posicionamento pessoal é um pequeno artigo científico a respeito de um tema pré-determinado. Sua elaboração consiste na discussão e divulgação de idéias, fatos, situações, métodos, técnicas, processos ou resultados de pesquisas científicas (bibliográfica, documental, experimental ou de campo), relacionadas a assuntos pertinentes a uma área de estudo.
Na elaboração de um paper, o autor irá desenvolver análises e argumentações, com objetividade e clareza, podendo considerar, também, opiniões de especialistas. Por sua reduzida dimensão e conteúdo, o paper difere de trabalhos científicos, como monografias, dissertações ou teses.
O paper deve ser redigido com estrita observância das regras da norma culta, objetividade, precisão e coerência. Devem ser evitadas as gírias, expressões coloquiais e que contenham juízos de valor ou adjetivos desnecessários. Também é preciso evitar explicações repetitivas ou supérfluas, ao mesmo tempo em que se deve cuidar para que o texto não seja compacto em demasia, o que pode prejudicar a sua compreensão. A definição do título do artigo deve corresponder, de forma adequada, ao conteúdo desenvolvido.
2- Propósitos do paper
De um modo geral, o paper é produzido para divulgar resultados de pesquisas científicas. Entretanto, esse tipo de trabalho também pode ser elaborado com os seguintes propósitos:
- Discutir aspectos de assuntos ainda pouco estudados ou não estudados (inovadores);
- Aprofundar discussões sobre assuntos já estudados e que pressupõem o alcance de novos resultados;
- Estudar temáticas clássicas sob enfoques contemporâneos;
- Aprofundar ou dar continuidade à análise dos resultados de pesquisas, a partir de novos enfoques ou perspectivas;
- Resgatar ou refutar resultados controversos ou que caracterizaram erros em processos de pesquisa, buscando a resolução satisfatória ou a explicação à controvérsia gerada.
Além desses objetivos, o paper pode abordar conceitos, idéias, teorias ou mesmo hipóteses de forma a discutí-los ou pormenorizar aspectos.
Ao produzir o artigo, o aluno inicia uma aproximação aos conceitos e à linguagem científica que necessitará desenvolver no momento da elaboração do trabalho de conclusão de curso.
A elaboração de artigos estimula, ainda, a análise e a crítica de conteúdos teóricos e de idéias de diferentes autores, contribuindo para que o aluno aprenda a sintetizar conceitos, fazer comparações, formular críticas sobre um determinado tema à luz de pressupostos teóricos ou de evidências empíricas já sistematizadas.

3- Elaboração do paper
Para que o conteúdo do paper seja bem trabalhado e fundamentado sugere-se que o mesmo tenha entre 10 e 15 páginas. Como o paper deve ser sempre fundamentado cientificamente, deve-se utilizar no mínimo 3 autores na pesquisa.
Antes de começar a escrever o artigo, é preciso que o autor primeiro reúna as informações e conhecimentos necessários por meio de livros, revistas, artigos e outros documentos de valor científico. Em seguida, deve-se organizar um esqueleto ou roteiro básico das idéias, iniciando com a apresentação geral do assunto e dos propósitos do artigo, seguidos da indicação das partes principais do tema e suas subdivisões e, por fim, destacando os aspectos a serem enfatizados no trabalho.
A elaboração deste plano é útil, em primeiro lugar, para sistematizar a comunicação a ser feita, evitando que o autor se perca durante a elaboração. Por outro lado, também auxilia como recurso pedagógico para reflexão e organização lógica das idéias a serem abordadas;
Em termos de procedimentos para a escrita de um artigo científico, é necessário observar os propósitos do trabalho a ser elaborado. Todavia, independente de ter propósitos distintos, o artigo científico deve apresentar a estrutura básica que caracteriza todos os tipos de trabalhos científicos ou acadêmicos: Introdução, Desenvolvimento e Considerações finais.
Introdução
É o primeiro contato do leitor com a obra. Deve-se, nela, fazer o leitor entender com clareza o contexto da pesquisa, de forma didática. A introdução do paper tem, geralmente, uma ou duas páginas e deve abordar os seguintes elementos:
- Assunto/tema do artigo e seus objetivos;
- Justificativa do trabalho e sua importância teórica ou prática;
- Síntese da metodologia utilizada na pesquisa;
- Limitações quanto à extensão e profundidade do trabalho;
- Como o artigo está organizado.
Desenvolvimento (corpo do artigo)
O desenvolvimento é o elemento essencial da pesquisa, isto é, o seu coração, e no geral concentra de 80 a90 por cento do total de páginas do relatório.
Nesta etapa o aluno deverá dividir o tema em discussão para uma maior clareza e compreensão por parte do leitor. É preciso evitar, porém, o excesso de subdivisões, cujos títulos devem ser curtos e adequados aos aspectos mais relevantes do conteúdo, motivando para a leitura. Vale ressaltar que as divisões, subdivisões e títulos do artigo não garantem a sua consistência ou importância. É preciso que as referidas partes e respectivas idéias estejam articuladas de forma lógica, conferindo ao conjunto a indispensável unidade e homogeneidade.
No desenvolvimento são apresentados os dados do estudo, incluindo a exposição e explicação das idéias e do material pesquisado, referencial teórico (apresentação de conceitos sistematizados com base na literatura), discussão e análise das informações colhidas e avaliação dos resultados, confrontando-se os dados obtidos na pesquisa e o conteúdo abordado nos referenciais teóricos.
Considerações finais
As considerações finais apresentam as informações que vão finalizar o trabalho buscando-se integrar todas as partes discutidas. É a dedução lógica do estudo, na qual destacam-se os seus resultados, relacionando-os aos objetivos propostos na introdução. Podem ser incluídas as limitações do trabalho, sugestões ou recomendações para outras pesquisas, porém de forma breve e sintética.
Em termos formais, a conclusão é uma exposição factual sobre o que foi investigado, analisado, interpretado; é uma síntese comentada das idéias essenciais e dos principais resultados obtidos, explicitados com precisão e clareza. Assim, a leitura da conclusão deve permitir ao leitor o entendimento de todo o trabalho desenvolvido, das particularidades da empresa aos resultados esperados na implantação do projeto proposto.
4-- Quanto à forma de apresentação
O paper é apresentado, usualmente, seguindo-se as normas prescritas para apresentação de trabalhos acadêmicos, ressalvando-se os trabalhos preparados para eventos ou com fins de publicação em periódicos científicos, que devem atender aos critérios e modelos estabelecidos por seus organizadores e/ou editores. Como trabalho acadêmico, especificamente, o paper deve estar orientado pelas normas constantes no manual da própria faculdade, as quais são certamente baseadas nas normas da ABNT. Na apresentação do paper, é preciso realmente observar as orientações prescritas nos manuais, pois, caso isso não aconteça, corre-se o risco de comprometer a aprovação do artigo.
5- Avaliação
O paper pode ser avaliado segundo inúmeros critérios, decorrentes dos objetivos propostos pelo professor. Normalmente, os artigos científicos são elaborados por alunos que se encontram em fase final do curso de graduação, muito embora nada impeça que o professor os solicite em etapas anteriores, adequando-o às possibilidades e recursos já desenvolvidos por seus alunos.
Para a avaliação de artigos científicos, então, podem ser descritos vários critérios, tais como:
a) Quanto ao conteúdo:
- Clareza na apresentação dos objetivos, justificativa e importância do artigo;
- Identificação dos limites do artigo (definição do foco do artigo e dos aspectos que não serão abordados);
- Clareza na especificação das unidades de análise (como por exemplo: indivíduo, organização, sociedade);
- Demonstração de conhecimento suficiente sobre o assunto;
- Referencial teórico claramente identificado, coerente e adequado aos propósitos do artigo;
- Ausência de dispersão ou de redundância das informações/conteúdos;
- Apresentação de suposições (hipóteses) sustentadas em teorias e crenças consideradas verdadeiras a partir do paradigma do qual se originam; as suposições devem ser claras e justificadas;
- Coerência entre as informações e no encadeamento do raciocínio lógico;
- Ausência de saltos de raciocínio na passagem de um parágrafo para outro, ou de um conceito para outro;
- Elaboração de análise e síntese diante de conceitos teóricos semelhantes e/ou divergentes;
- Uso adequado de exemplos complementares para clarificar o significado do texto;
- Demonstração de argumentos ou provas suficientes para apoiar as conclusões;
- Articulação entre sugestões ou recomendações e as discussões apresentadas no texto;
- Originalidade e inovação do assunto abordado;
- Postura ética no trato do tema e desenvolvimento da análise (imparcialidade e equilíbrio).
b) Quanto à forma:
- Atendimento aos objetivos propostos;
- Objetividade, precisão e coerência na escrita do texto;
- Uso fiel das fontes mencionadas no artigo, com a correta relação com os fatos
analisados;
- Uso/seleção de literatura pertinente à análise;
- Linguagem acessível;
- Unidade e articulação do texto (encadeamento lógico);
- Elementos de transição entre parágrafos adequados ao sentido e à lógica dos
conteúdos;
- Afirmativas unívocas, sem duplo sentido;
- Coerência e padronização dos termos técnicos;
- Observância das regras da norma culta;
- Uso correto de citações devidamente referenciadas;
- Adequação do título ao conteúdo; resumo claro e informativo;
- As normas técnicas de apresentação de trabalhos acadêmico-científicos determinadas são respeitadas?
O artigo pode ser rejeitado tanto pelo acúmulo de pequenas falhas em diversos critérios quanto pelo número excessivo de falhas em um mesmo critério.

3 comentários:

  1. Muito bom...

    Gostei muito das explicações referente ao Paper...

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  2. Achei complexo, denso, prolifico, mas ,didático, e completo,muito BOM ,.

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  3. Muito bom!Bem didático e esclarecedor!
    Parabéns! Um excelente trabalho!

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